plural

PLURAL: duas opiniões diferentes no mesmo espaço

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Um governo para minorias 
Neila Baldi 
Professora universitária


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Desde o meu primeiro voto busco um país menos desigual. Procuro candidatos(as) que proponham atender aqueles(as) que não têm acesso ao saneamento, à educação e saúde. Com o tempo, passei a buscar também candidatos(as) que trabalhem em prol das minorias identitárias.

Tivemos, ao longo da redemocratização, períodos em que estas minorias foram parcialmente atendidas. Mas é hoje é que vivemos o pleno governo para minorias, pautado em duas: a família do chefe do executivo e os extremamente ricos. Tanto que, em plena crise econômica, discute-se reforma tributária e não a saída da crise. Reforma esta que favorecerá uma minoria: os ricos.

Os pobres são os que proporcionalmente pagam mais impostos, visto que a maior parte destes incide sobre o consumo. Enquanto isso, segundo a ONG Oxfam, o patrimônio dos 42 bilionários do país cresceu R$ 34 bilhões durante a pandemia. O que indica que a reforma necessária é a que nunca foi feita _ nem pela esquerda _ a taxação sobre grandes fortunas.

ARRECADAÇÃO

O governo federal quer criar uma contribuição sobre pagamento sob a alegação de que aumenta a base de contribuintes e, assim, mais gente pagando, menos se paga. Ou seja, nivela ricos e pobres. São duas as alegações para a nova cobrança. Uma é a necessidade de desonerar a folha de pagamento das empresas. Ou seja, alivia-se o empresário e cobra-se do trabalhador. E a necessidade de recursos para programas sociais de transferência de renda.  

Para isso, repito, a solução é a taxação sobre grandes fortunas, uma vez que, ao se criar a CP, inclusive o(a) beneficiário(a) destes programas pagará a nova taxa. De novo, o pobre sendo sacrificado. Quer aumentar a arrecadação? Diminua a carga tributária e reduza a sonegação. A propósito, boa parte dos maiores sonegadores apoia o atual governo.

MINORIAS

Aqui no Estado, a reforma tributária também afeta, em parte, os mais pobres. A proposta quer desafogar os impostos sobre consumo e aumentar os sobre o patrimônio, aumentando a alíquota do IPVA. No entanto, passa a cobrar sobre carros com mais de 20 anos. Pela sustentabilidade ambiental, seria o ideal: carros mais velhos poluem mais. Mas quem tem carros mais velhos são exatamente as pessoas com menos recursos. Vai cobrar delas?

Continuo desejando um mundo menos desigual. Mas, também, compreendo que as chamadas minorias não são minorias. Pobres, vulneráveis e minorias identitárias, somados, são a maioria deste país. Precisam, é acessar as instâncias de poder, para que tenhamos um governo para muitos. 

A epidemia como resposta da natureza   
Noemy Bastos Aramburú
Advogada, administradora judicial, palestrante e doutora

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Ahumanidade passou por grandes epidemias. No século 14, a Peste Negra dizimou mundialmente 450 milhões de pessoas. A varíola, erradicada em 1980, perdurou por mais de 3 mil anos, sendo que, em 1967, ainda ocorriam cerca de 15 milhões de casos por ano. A cólera, que teve a primeira epidemia em 1817, só no ano passado, no Iêmen, matou mais de 40 mil pessoas. A Gripe Espanhola, que dizimou um quarto da população mundial, em 1919, matou o presidente do Brasil Rodrigo Alves. Atualmente, estamos vivendo a pandemia causada pelo novo coronavírus, que segundo o pesquisador Allan Carlos Pscheidt, doutor em Biodiversidade Vegetal e Meio Ambiente, surgiu pela "ação destrutiva e invasora do ser humano contra a natureza".

 Pscheidt segue afirmando que o organismo causador da Covid-19 já existia há tempo, provavelmente alojado nos morcegos nativos, que pela invasão do homem em razão da crescente urbanização teria causado a quebra do ciclo natural do vírus, alcançando, outros seres, como o homem que não está preparado para combatê-lo. Ele chama a atenção do homem, para cuidar a destruição recorrente do planeta e as questões ambientais. Segundo ele, esse comportamento não só trará mudanças climáticas, mas também a presença de outros vírus.

SOLUÇÕES?

O mundo está vivendo uma grande expansão, tanto de crescimento urbano, quanto de industrialização, levando o ser humano, nesta escalada desenfreada, a buscar soluções rápidas, impensadas, como está acontecendo com o desmatamento e a invasão de territórios antes preservados. Mas tudo tem seu preço, e a natureza dá a resposta, às vezes de maneira mais lenta, outras mais rápidas, umas atingindo áreas pequenas, outras atingindo o mundo como estamos vendo.

DESMATAMENTO

Há pessoas que criticam as lutas pelo desmatamento da Amazônia, dizem que isto é coisa para desocupado, falta-lhes bom senso ecológico, o que o mundo de hoje não permite mais. Por mais longe que se esteja de uma floresta ou da China, seus efeitos estão mais perto do que se possa imaginar. Consciente dessa situação, em 12 de fevereiro do corrente ano, o presidente reativou o Conselho Nacional da Amazônia Legal, que entre as demais competências, possui a de desenvolver políticas e iniciativas relacionadas à preservação, à proteção e ao desenvolvimento sustentável da Amazônia Legal. O presidente tem sido atacado sob o pretexto de que as políticas ambientais do seu governo têm afastado investidores, quando na verdade, o governo federal bloqueou mais de R$ 14 milhões bens de desmatadores da Floresta, cujos recursos possibilitarão a recuperação do bioma. Portanto, não há como se negar a importância do cuidado com a natureza.


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